De Pé no Chão Também se Aprende a Ler


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A campanha foi criada em Natal em fevereiro de 1961, sendo prefeito Djalma Maranhão e Moacyr de Góes secretário de educação. Implantou o ensino primário para crianças nos bairros pobres, em escolas de chão batido, cobertas de palha e metodologia inovadora. Valorizou as festas, músicas e danças populares e instalou bibliotecas populares, praças de cultura, museus de arte popular. Ampliou-se com a alfabetização de adultos pelo Sistema Paulo Freire e pela campanha De pé no chão também se aprende uma profissão.

 Prof. Osmar Fávero - Universidade Federal Fluminense - UFF

Apresentação

A Campanha “De pé no chão também se aprender a ler“ foi implantada em Natal, capital do Rio Grande do Norte, a partir de fevereiro de 1961, na gestão de Djalma Maranhão como prefeito da cidade, e foi brusca e brutalmente interrompido nos primeiros dias de abril de 1964, logo após o golpe militar. A designação “campanha” nada tem em comum com as experiências anteriores de alfabetização e educação de adolescentes e adultos desenvolvidas anteriormente pelo Ministério da Educação e Saúde.

Teve início com a implantação do então ensino primário de quatro anos, para crianças dos bairros pobres, em escolas de chão batido e cobertas de palha, como eram as moradias das famílias desses bairros. Da mesma forma que ocorreu no MCP – Movimento de Cultura Popular, criado na mesma época por Miguel Arraes quando prefeito do Recife, a implantação dessas escolinhas atendeu às necessidades e aspirações das camadas populares e contou com intensa participação das mesmas. Pela ideologia nacionalista que a inspirava, criou efetivos instrumentos para oferecer uma educação de qualidade, pelo cuidadoso planejamento didático, esmerada preparação e acompanhamento das “professorinhas”. Essas ações foram ampliadas com a instalação de bibliotecas populares, praças de cultura, museus de arte popular e pela intensa valorização das festas, músicas e danças populares. Foram ainda complementadas com a alfabetização de adultos, usando para isto uma adaptação do Livro de Leitura para Adultos do MCP, e com a Campanha “De pé no chão se aprende uma profissão”, em 1963, que oferecia cursos de sapataria, corte e costura, alfaiataria, encadernação, barbearia, entre outros. Foi uma das experiências mais importantes do início dos anos de 1960, sobretudo enquanto formatação de um novo modo de oferecer o ensino, desde a estrutura física das escolas, sua programação de aulas e atividades e as inovações metodológicas introduzidas.

Dispõe-se de três documentos da Campanha: o relatório Cultura popular e Pé no chão, apresentado pela Prefeitura de Natal/Secretaria de Educação no 1º Encontro Nacional de Alfabetização e Cultura Popular (Recife, set. 1963), o Livro de leitura para adultos e um vídeo. Existem três livros sobre ela: De pé no chão também se aprende a ler (1961-1964); uma escola democrática, escrito por Moacyr de Góes, que foi secretário municipal de educação no período e personagem emblemático da Campanha; Lendo e aprendendo; a Campanha De Pé no Chão, de José Willington Germano, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte; e Memórias da Campanha De pé no chão também se aprende a ler; reflexões sobre a prática pedagógica de ontem e de hoje, de Margarida de Jesus Cortez, que foi coordenadora pedagógica da campanha. Dispõe-se ainda de fotos e duas entrevistas de Moacyr de Góes, uma publicada no periódico Educação em Questão, da Universidade do Rio Grande do Norte, outra concedida ao programa Salto para o Futuro e levada ao ar pela TVE, em agosto de 2009.

Livros

Íntegra: De Pé no Chão
também se Aprende a Ler

Moacyr de Góes

Resenha: De Pé no Chão
também se Aprende a Ler

2ª edição


Lendo e Aprendendo: Resenha l Livro

José Willington Germano

 


Resenha: Memória da Campanha
“De pé no chão também
se aprende a ler”

Margarida de Jesus Cortez

 

Material Didático

Livro de Leitura

Vídeos

Documentário da Campanha "De Pé No Chão Também Se Aprende a Ler" desenvolvida pela Prefeitura Municipal de Natal, estado do Rio Grande do Norte - Brasil, no período compreendido entre fevereiro de 1961 e março de 1964. Arquivo da Cinemateca do Museu de Arte Moderna - Rio de Janeiro / Direção: Heins Forthmann 09min.37seg.

Baixar o vídeo  (98 mb)

Entrevista com o educador Moacyr de Goés