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VII Encontro Estadual de Educação de Jovens e Adultos do Ceará

O evento tem a organização do Fórum de EJA do Ceará e da Agenda de Desenvolvimento Territorial da Alfabetização e EJA do Ceará. Em sua abertura, ocorrida na noite do dia 3 de dezembro, tivemos uma mesa de abertura onde falaram importantes figuras do estado, como: Profª Noemy Rezende (representando a SEDUC),Prof Paulo Roberto(representando a SME) Profª Rita de Cássia Lima (representando o Fórum EJA), Profª Izete Maia (Representando a Agenda Territorial), Profª Eliane Dayse (representando o Núcleo de EJA História e Memória – UFC), Prof. Artur Bruno (deputado Federal), Srª Raquel Marques (Presidente da Comissão de Educação da Assembléia Estadual). Todos se reportaram a importância da EJA, a necessidade de cuidar da EJA e do direito a educação.  Além de parabenizar o Fórum de EJA do Ceará pelos seus dez anos.
Ao mesmo tempo foi divulgado no Jornal O Povo, dia 04 de dezembro, uma pesquisa que indica os índices de analfabetismo entre jovens na capital do estado do Ceará, onde foi indentificado que temos 8% da população acima de quinze anos analfabeta. O estudo faz um mapeamento do analfabetismo nos bairros da capital e aí vamos ter índices elevados que chegam a 50% dos jovens analfabetos.
Ainda neste espaço de tempo, a Deputada Raquel Marques, fez um discurso no plenário da Assembleia sobre o Programa Alfabetização na Idade Certa, nascido em Sobral Ceará na gestão do Prefeito Cid Gomes, desenvolvido em todo estado e agora através do MEC espalhado por todo país.
Nós, professores de EJA chamamos a atenção para a junção dos fatos, assim como louvamos a cruzada pelo letramento de todas as crianças, chamamos a atenção para o analfabetismo dos jovens. Precisamos também fazer uma ação semelhante, tão expansiva e incidente para a superação do analfabetismo juvenil.
Em nosso estado, os inúmeros programas policiais anunciam todos os dias no mínimo quatro mortes de adolescentes por envolvimento com drogas, ao mesmo tempo em que as escolas estaduais estão fechando no turno da noite, seja pela falta de demanda (como alegam os gestores) ou pela violência. Escolas encravadas no coração de comunidades como o Pirambu e o Padre Andrade tem suas portas fechadas no turno da noite, quando poderiam estar abertas oferecendo escolarização, formação profissional que não fosse em horário integral, esporte, cultura, orientações de saúde, de geração de renda, psicossocial, humana, algo atrativo que chamasse jovens e adolescentes envolvido com as variadas drogas que são ofertadas. Algo que tomasse seu tempo ao mesmo que o esclarecia, que o tornasse protagonista de um novo destino que não fossem as clinicas mantidas pelas diversas religiões (visto que o poder público oferta em reduzido número de leitos) ou a morte em campinhos, pracinhas, na rua, vielas, onde vemos penalizados os corpos estendidos, a família chorando e os repórteres ao redor relatando os fatos e expondo as tristezas e a impunidade destes crimes.
Nos dez anos do Fórum de EJA lançamos um desafio as autoridades, que deem início a políticas públicas que atinjam estes jovens, que as escolas acolham a EJA, pois a educação sozinha não vai resolver o problemas, mas a falta dela agravará ainda mais.
Profª Drª Maria José Barbosa