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Secretário de Educação de SP defende programa e expõe livros

Paulo Renato afirma, após análise, que apenas 6 de 818 obras do programa Ler e Escrever eram inadequadas. Paulo Renato diz que Ler e Escrever aumenta taxas de alfabetização; sindicância ainda não apontou responsáveis por erro

O secretário estadual da Educação de São Paulo, Paulo Renato Souza, defendeu ontem o programa do governo que oferece livros paradidáticos aos estudantes da rede. No mês passado, 6 dos 818 títulos foram retirados por serem considerados inadequados.

Dos seis, quatro foram classificados como incompatíveis para a idade (indicação feita pela própria pasta). Eles foram retirados das turmas de 1ª a 4ª séries (alunos na faixa entre 7 e 10 anos) e irão para as bibliotecas de escolas com ensino médio e EJA (antigo supletivo).

Outros dois serão retirados dos colégios, por terem conteúdo inadequado (palavrões ou piadas preconceituosas). "O programa, por dois erros cometidos [na escolha das obras], teve uma repercussão negativa. Mas os benefícios dele são infinitamente maiores", disse Paulo Renato, ao apresentar os 812 títulos mantidos no projeto.

Os exemplares ficarão expostos ao público por 15 dias na sede da secretaria (praça da República, centro de SP). O objetivo, diz ele, é que a população avalie a qualidade das obras.

Os livros integram o Ler e Escrever, que visa melhorar a alfabetização dos estudantes. Segundo dados do governo, em um ano de vigência do projeto, a taxa de alfabetização dos alunos da segunda série aumentou de 87,4% para 90,2%. Além dos livros, usados como material de apoio para os estudantes, o projeto prevê capacitação dos docentes.

O governo afirma que uma sindicância, instaurada em 15 de maio, apura os responsáveis pelos erros nas escolhas das obras. O secretário afirmou que poderá haver punição tanto para funcionários quanto para as editoras, caso tenham indicado erroneamente suas obras.

Os dois livros que serão retirados - "Dez na área, um na banheira e ninguém no gol", da editora Via Lettera, e "Um Campeonato de Piadas", da editora Nova Alexandria - custaram R$ 52 mil ao governo (somados, 3.369 exemplares).

Já os quatro livros que irão para as bibliotecas ("Poesia do Dia - Poetas de Hoje para Leitores de Agora", "O Triste Fim do Menino Ostra e Outras Histórias", "Memórias Inventadas -A Infância" e "Manual de Desculpas Esfarrapadas: casos de humor") custaram R$ 58 mil.

Todos os títulos que integram o programa foram reavaliados após a Folha informar que houve problema na escolha em dois deles. Segundo o secretário, a falha ocorreu porque não foi criada uma comissão para dar parecer a cada obra. O procedimento, diz, será o padrão nas próximas compras.
(Fábio Takahashi)

Professores protestam contra projetos de Serra na Assembleia

Pelo menos mil professores da rede estadual de São Paulo fizeram manifestação ontem à tarde em frente à Assembleia Legislativa para reivindicar reajuste salarial de 27,5% e protestar contra dois projetos do governador José Serra (PSDB) que tramitam na Casa.

Um dos projetos determina que os contratos dos professores temporários que entraram na rede depois de junho de 2007 sejam limitados a 24 meses -no texto original enviado por Serra, o prazo era de 12 meses. O outro propõe que professores, depois de aprovados em concurso, façam curso de quatro meses e, ao término do período, nova prova.

Após participar de uma audiência para discutir os projetos, os professores decidiram suspender a greve do setor, que começou ontem. Eles farão assembleia no dia 16 para reavaliar a greve. O secretário da Educação, Paulo Renato Souza, que esteve na Assembleia, disse que "não existe motivo para greve", pois "há diálogo". (Juliana Cariello)
(Folha de SP, 4/6)