CEPLAR - Campanha de Educação Popular da Paraíba


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Criada em 1962 por um grupo de jovens da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade da Paraíba, com apoio do governo estadual e da diocese local, foi um dos laboratórios do Sistema Paulo Freire, especialmente em Sapé e Muri, áreas de violentos conflitos entre trabalhadores rurais e latifundiários e intensa mobilização das “ligas camponesas”. A reação local e o golpe militar de 1964 a desmobilizaram de imediato, com prisão de seus dirigentes e confisco dos seus arquivos.
 

 Prof. Osmar Fávero - Universidade Federal Fluminense - UFF

Apresentação

A CEPLAR foi criada em 1962, por um grupo de jovens da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Paraíba pertencentes aos quadros da Juventude Universitária Católica, numa busca de ação motivada pelo momento político e pelas contradições do estado paraibano. Foi apoiada pelo governo estadual e pela diocese local. Seu primeiro trabalho foi junto ao Grupo Escolar Juarez Machado, na Ilha do Bispo. Além do sucesso da reestruturação desse grupo, com base em pesquisas feitas por setores da universidade, foram implementadas soluções concretas para problemas detectados com a colaboração da população: uma campanha de fossas e a reivindicação junto à fábrica de cimento local para instalação de filtros que evitassem a poeira excessiva. A oportunidade de alfabetizar um grupo de empregadas domésticas, nucleado pela Juventude Operária Católica, aproximou a CEPLAR de Paulo Freire, no início da definição do Sistema de Alfabetização de Adultos, que estava sendo feita no Serviço de Extensão Cultural (SEC), da então Universidade do Recife. Esse fato tornou a CEPLAR um dos primeiros laboratórios da aplicação desse sistema, mesmo antes da experiência de Angicos, no Rio Grande do Norte.

Em 1963, numa segunda fase de sua atuação, quando já contava com forte equipe dedicada aos trabalhos de alfabetização de adultos e um dinâmico núcleo de cultura popular, incorporou-se ao Plano Nacional de Alfabetização, obtendo apoio financeiro do Ministério da Educação, expandindo sua atuação para todo o estado da Paraíba. Também firmou sua linha política pela colaboração estreita com as “ligas camponesas” de Sapé e Muri, região de violentos conflitos entre trabalhadores rurais e latifundiários. A radicalização local e o golpe militar de 31 de março de 1964 desmobilizaram de imediato a CEPLAR, aprisionando seus dirigentes e confiscando todo seu material.

 

Didáticos

Superando as críticas radicais feitas por Paulo Freire sobre o uso de cartilhas para a alfabetização, a CEPLAR criou inovadoramente, em 1963, um livro de leituras para recém-alfabetizados, chamado Força e Trabalho. Este livro, elogiado por Jomard Muniz de Brito, um dos integrantes da SEC, não chegou a ser impresso, constituído-se em um dos poucos materiais da CEPLAR salvos do confisco militar, na forma mimeografada.

 
Força e Trabalho

Livros

História de um sonho coletivo
apresentação l livro na íntegra