URPLAN – Instituto de Planejamento Regional e Urbano *

URPLAN – Instituto de Planejamento Regional e Urbano *

O URPLAN foi criado na metade dos anos de 1970, por professores da PUC/SP e da USP e outros intelectuais que haviam pertencido a movimentos da Ação Católica. Dele faziam parte, entre outros: Luís Eduardo Wanderley, Candido Malta Campos Filho, Pedro Jacobi, Maria da Glória Gohn, Sílvio Caccia Brava. O URPLAN era ligado à PUC/SP, mas mantinha grande autonomia em relação a ela.

Seus objetivos eram a pesquisa voltada para a problemática das políticas públicas e a assessoria aos movimentos populares. É citado como importante seu “Estudo de alternativas de viabilização das experiências de construção de moradias econômicas para a população com renda familiar compreendida em 0 e 5 salários mínimos, mediante a utilização dos sistemas de autoajuda e ajuda mútua”. A assessoria se efetivava, sobretudo, por meio de cursos de extensão oferecidos a profissionais de secretarias do estado e da prefeitura e a lideranças comunitárias, sobre os temas: “Desenvolvimento urbano e mudança social”, “Movimentos sociais urbanos e urbanização”, “Planejamento urbano”; “Participação popular” e outros.

O URPLAN desdobrou-se no GEP – Grupo de Educação Popular, do qual faziam parte Hamilton Faria, Sílvio Caccia Brava, Leila Blass e Sílvia Manfredi, tendo como atividades principais a pesquisa participativa e a assessoria a grupos operários. Sua produção concentra-se nos cinco números da série Cadernos do Trabalhador, editada nos anos de 1980: 1. “41 dias de resistência e luta (uma análise da greve por quem dela participou)”; 2. “Forjando o aço, forjando a luta (Grupo de Fábrica)”; 3. “A força que nasce de nós (a luta nos bairros vista por quem dela participa)”; 4. “Nas raízes da democracia operária (a história da Oposição Sindical Metalúrgica de São Paulo)”; 5. “A repressão nas fábricas: cala a boca, peão”.

Reproduzimos nesse documentário quatro dos cadernos citados, por serem os únicos que temos disponíveis. Por abordar temática próxima, reproduzimos também o caderno “Comissão de Fábrica: uma forma de organização operária”, produzido pela Oposição Sindical Metalúrgica de São Paulo com a colaboração da FASE/ São Paulo e publicado pela Editora Vozes, 1981.

* Esta apresentação está baseada na tese de doutorado de Marco Antonio Perruso, Em busca do “novo”: intelectuais brasileiros e movimentos populares nos anos 1970/1980, defendida em março de 2008 no Programa de Pós-Graduação de Sociologia e Antropologia do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade Federal do Rio de Janeiro, p. 140-142.

 

   
41 dias de resistência e luta   Forjando o aço forjando a luta   A força que nasce de nós
     
  Nas raízes da democracia operária   Comissão de fábrica