Ação Educativa – Assessoria, Pesquisa e Informação

Ação Educativa – Assessoria, Pesquisa e Informação

A Ação Educativa OKfoi criada em 1994, como desdobramento do CEDI – Centro Ecumênico de Documentação e Informação; a publicação A ousadia de superar-se multiplicando-se, feita pelo CEDI em 1994, quando comemorava vinte anos, historia esse desdobramento. Como seção paulista do CEDI, tinha sua sede em São Paulo, no Colégio Sion, e havia herdado da equipe do Rio de Janeiro, nos anos de 1980, o Projeto de Educação Popular. Converteu-o no entanto, no Programa de Educação e Escolarização Popular, procurando atender à demanda por escolas feita pelas Igrejas e pelos movimentos sociais, aos quais prestava assessoria.

A equipe inicial desse projeto, ainda enquanto CEDI, vinha da experiência inovadora do supletivo noturno do Colégio Santa Cruz, ainda nos anos de 1970: Sérgio Haddad (seu coordenador), Vera Masagão Ribeiro, Orlando Joia, Maria Clara Di Pierro, aos quais se agregou Eli Ghanem. Fazia o acompanhamento de escolas comunitárias e a luta dos movimentos sociais por escolas públicas para crianças e para a educação de adultos, sobretudo dos bairros de São Paulo e periferia.

É desse período, ainda enquanto CEDI, a produção do Conjunto Didático Poronga, em conjunto com o Centro de Documentação e Pesquisa da Amazônia, para o Projeto Seringueiro, em Xapuri, no Acre, e do Conjunto Didático Ribeirinho, em colaboração com o MEB – Movimento de Educação de Base, para a região do Rio Tocantis, no Amazonas.

Como fruto da democratização nos anos de 1980, nela compreendida a ativa participação nos debates ocorridos durante a Assembleia Nacional Constituinte, em 1987/1988, e na elaboração da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, nos anos de 1990, trabalhava-se para que fossem efetivamente garantidos os direitos sociais e humanos dos mais pobres. Mas a luta dos movimentos sociais não se limitava à demanda de escolas; desdobrava-se na democratização da gestão das escolas públicas existentes, contra a cobrança de taxas etc. Cabia ao CEDI, depois à Ação Educativa, prestar assessoria aos movimentos e grupos organizados, assim como apoiar metodologicamente ações de alfabetização e se encarregar da formação de professores e agentes. Para isto, passou a contar com o apoio de Maria Malta Campos, da PUC/SP, e de Marília Sposito, da USP.

Essas ações levaram a Ação Educativa a propor, em 1996, durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, os Parâmetros Curriculares para a Educação de Jovens e Adultos. Em decorrência deles, produziu o conjunto didático Viver e Aprender, compreendendo livros para alfabetização e 1º segmento do ensino fundamental, cuja elaboração foi coordenada por Vera Masagão Ribeiro. Editado inicialmente pelo MEC em 2000, foi distribuído a cursos de jovens e adultos de todo o país. Atualmente, esse conjunto é publicado pela Editora Global, compreendendo também o 2º segmento do ensino fundamental e o ensino médio, sendo possível acessá-lo pela internet no site da editora, para leitura.

Nessa linha de trabalho é profícua a produção de artigos, livros, coletâneas de documentos, textos para oficinas, estudos estatísticos, relatórios técnicos e pesquisas sobre educação, em geral, e educação de jovens e adultos, em particular, como pode ser visto no acervo reproduzido neste documentário. Desdobra-se no intercâmbio com vários outras organizações nacionais e internacionais, sobretudo na Campanha Nacional do Direito à Educação, e na produção do estado do conhecimento sobre Educação de Jovens Adultos, coordenado por Sérgio Haddad, financiado e publicado pelo MEC/INEP 2002.

Uma segunda linha, sobre a problemática da juventude, provocada pelo movimento dos “caras pintadas”, na discussão do impeachment do presidente Fernando Collor de Melo, na segunda metade de 1992, e demandada pelos estudos de Maria Virgínia Freitas, Helena Abramo, Marília Sposito e Regina Novaes, foi assumida pela Ação Educativa logo após sua criação. Foram produzidos vários informativos sobre o tema: Diálogo da escola com os jovens, Juventude em debate, Juventude em pauta e realizada a pesquisa Juventude, escolarização e poder local, em nove regiões metropolitanas, coordenada por Sérgio Haddad e Marília Sposito. Financiada pelo CNPq, FAPESP e FAPERJ, no período 2003-2006, seus resultados foram reunidos nos livros Novos caminhos em educação de jovens e adultos, organizado por Sérgio Haddad, e Espaços públicos e tempos juvenis, organizado por Marília Sposito. Contando ambos com o subtítulo “um estudo de ações do poder público em cidades e regiões metropolitanas brasileiras”, foram publicados em 2007 pela Editora Global, com financiamento da FAPESP.

Também nessa linha foram produzidos vários estados do conhecimento: sobre Juventude e educação, projeto integrado de pesquisa 1995/2001, coordenado por Marília Sposito e Sérgio Haddad, envolvendo inclusive análise comparativa Brasil e América Latina; Juventude e escolarização (1980-1998), coordenado por Marília Sposito, financiado e publicado pelo MEC/INEP em 2002.

A ênfase nos jovens das periferias e suas expressões culturais deu origem a um Programa de Cultura, que se converteu na terceira linha de trabalho, que passou a abordar também a questão racial. Nela foi produzida a coleção Educação e Questões Raciais, patrocinada por União Europeia, UNICEF e MEC. A partir de 2000, o prédio sede da Ação Educativa, situado na região central de São Paulo, concentrou a reunião de algumas instituições (como a ABONG – Associação Brasileira de Organizações Não Governamentais) e de algumas iniciativas (como a Campanha pelo Direito à Educação) e converteu-se em “espaço de cultura e formação”, abrigando cursos e manifestações culturais diversas: eventos, hip-hop, gravismo etc. Em algumas ocasiões, funcionou como espaço de esfera pública para reuniões entre sociedade e governo.

A década de 2000, foi o momento da construção das redes, entre elas a RAAAB – Rede de Apoio à Ação Alfabetizadora do Brasil, o CEAAL – Consejo de Educación Popular de América Latina y el Caribe, a ABONG, e do estabelecimento de fortes relações internacionais, balizadas pela Conferência da UNESCO em Jontiem, em 1990, e a VI Confintea, realizada em Belém do Pará, em 2009. O prédio da Ação Educativa funcionou, e ainda funciona como “centro de convergência” dessas organizações.

Além das publicações impressas e do boletim Informação em Rede (1997-2005), na tradição herdada do CEDI, criado como centro de documentação e informação, a Ação Educativa mantém uma série de boletins, atualmente disponibilizados na internet: Ação – boletim institucional informativo sobre as atividades programadas e desenvolvidas e resultados de pesquisas e projetos; Observatório da Educação – boletim do programa, com notícias, entrevistas, reportagens temas da conjuntura do direito à educação no Brasil; Juventude em Cena – análises, artigos, entrevistas e notícias e reportagens sobre temas da conjuntura do campo dos direitos da juventude; Desafios da Conjuntura, do Observatório da Educação, discutindo de maneira aprofundada a conjuntura das políticas educacionais, dinamizando o debate, dando voz à sociedade civil e visibilidade à diversidade de opiniões; OPA – Obstáculos e Possibilidades de Acesso, boletim do Programa Ação na Justiça, informando sobre o direito à educação pública, gratuita e de qualidade e análises sobre o comportamento do Poder Público frente às demandas por educação e sobre os instrumentos jurídicos destinados à garantia e proteção desse direito; Ação na Mídia – boletim do Observatório da Educação que analisa a cobertura de temas relacionados à educação em mais de 70 jornais e principais revistas do Brasil; Periferia no Centro – boletim mensal do Espaço Cultural Periferia no Centro, com a programação das atividades, complementado pela Agenda Cultura da Perifera, impresso mensal que divulgada atividades que acontecem nos bairros.

A publicação 15 Anos em Ação, divulgada em 1989 e reproduzida neste documentário, fornece uma síntese dos seus programas, publicações e marcos importantes da Ação Educativa, uma das organizações não governamentais brasileiras da área de educação mais bem sucedidas, desenvolvendo suas ações ao longo de 20 anos, sobre o tripé: Educação, Juventude e Cultura. Esse conjunto de atividades, pesquisas e publicações é suportado financeiramente por um elenco de agências internacionais de cooperação, agências multilaterais, órgãos públicos nacionais, institutos e fundações empresariais e organizações da sociedade civil e articulações intersetoriais. O significativo montante de recursos recebidos ao longo dos anos e a diversidade de fontes exigiu a montagem de uma estrutura de gestão administrativo-financeira para atender as diferentes formas de submissão e prestação de contas dos projetos.

15 Anos em Ação Acervo bibliográfico Boletins

 

Informação em Rede

Informação em Rede
Informação em Rede 1997-2005