Movimento de Cultura Popular - MCP


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O MCP foi criado em 1961, por um grupo de intelectuais e artistas pernambucanos, na primeira gestão de Miguel Arraes como prefeito de Recife. Assumiu inovadoramente o conceito de cultura popular como chave para o trabalho com a população pobre, por meio de escolas para crianças, alfabetização de adultos, praças e núcleos de cultura. Revitalizou as festas folclóricas e teve expressiva atuação no teatro e cinema. Seu Livro de Leitura para Adultos renovou radicalmente o material didático da época. Sediou a primeira experiência do Sistema Paulo Freire, no Centro Dona Olegarinha, em 1962, e o I Encontro Nacional de Alfabetização e Cultura Popular, promovido pelo MEC, em 1963.
 

 Prof. Osmar Fávero - Universidade Federal Fluminense - UFF

Apresentação

O MCP foi o primeiro movimento de cultura popular criado nos anos de 1960. Após sua posse como prefeito do Recife, eleito por uma coligação de partidos de oposição aos governos anteriores, Miguel Arraes reuniu um grupo de intelectuais “progressistas”, comunistas e católicos, propondo uma ação estratégica nas áreas de educação e de cultura. Desse encontro resultou a incorporação da experiência anterior de praças de cultura, promovida por Abelardo da Hora, sob patrocínio da própria prefeitura, em um projeto mais amplo. Assumiu a coordenação desse movimento Germano Coelho, que havia chegado há pouco tempo da Europa, onde conheceu várias experiências, em particular a do movimento Peuple et Culture. Anita Paes Barreto encarregou-se da implantação de escolas primárias para crianças e adolescentes dos bairros não atendidos pela rede municipal, o que foi feito com a colaboração de várias entidades e parceria entre a prefeitura e a população interessada. Definiu-se um projeto de escolas radiofônicas para jovens e adultos e começou-se a trabalhar intensamente em várias áreas da cultura, valorizando o artesanato local, promovendo a realização das festas populares (São João, Reisado etc.), festivais de cinema e apresentação de autos e peças teatrais originais. Foram organizados também clubes de leitura e centros de cultura, além de exposições permanentes de arte e artesanato popular.

O MCP serviu de modelo e exemplo para muitos outros movimentos de cultura e educação popular do início dos anos de 1960. O Livro de leitura para adultos, elaborado por Josina Maria Lopes de Godoy e Norma Porto Carreiro Coelho e impresso em 1962, inovou radicalmente o material didático para alfabetizandos e recém-alfabetizados, tendo sido adaptado por vários outros movimentos, dentre eles De pé no chão também se aprende a ler, Centro de Cultura Popular de Goiás e a Campanha de Alfabetização da UNE.


Apesar do imediato e violento encerramento de suas atividades, após o golpe militar de 1964, conseguiu-se reunir significativa amostra do material produzido pelo MCP e sobre o MCP, além do Livro de leitura para adultos, já citado: Estatutos; Projeto de educação pelo rádio e relatório de instalação de escolas radiofônicas, de Giselda Fonseca; Projeto de meios informais de educação, de Paulo Rosas; Plano de ação para 1963, apresentado ao MEC e no I Encontro Nacional de Alfabetização e Cultura Popular, realizado no Recife, em 1963; monografia de conclusão no Curso de Serviço Social de Zaira Ary, sobre o Centro de Cultura Dona Olegarinha, onde aconteceu a primeira experiência do Sistema de Alfabetização Paulo Freire, que traz em anexo Projeto de educação de adultos, elaborado pelo mesmo; texto da peça Incelença, de Luiz Marinho; folheto de cordel A voz do alfabetismo, de João José da Silva, que contém o Hino do MCP. De singular importância é o álbum de desenhos Meninos do Recife, de Abelardo da Hora, usado como cartão de visita do movimento.


Foram reunidos também praticamente todos os depoimentos e textos de entrevistas disponíveis sobre o MCP, folders dos muitos eventos realizados, além de fotos e recortes de jornais do período, em especial sobre as escolas para crianças e adolescentes organizadas pelo Movimento.

 

Divulgação

Aderradeira Ceia Aderradeira Ceia, Programa
A derradeira ceia

A derradeira ceia - programa

Camaleão Alface Julgamento em Novo Sol
Camaleão Alface

Julgamento em Novo Sol

Clube da leitura, Folheto Propaganda
Festa de Natal em Recife
Clube da leitura

Festa de Natal em Recife

Festa de São João
1º Festival de Teatro do Recife
Festa de São João

1º Festival de Teatro do Recife

1º Festival de Cinema do Recife
2º Festival de Cinema do Recife
1º Festival de Cinema do Recife

2º Festival de Cinema do Recife

2º Semana Estudantil
2º Semana Estudantil de Cultura Popular
2ª Semana Estudantil

2ª Semana Estudantil
de Cultura Popular


Imagem ampliada
Bernardo Dimenstain, 1963
(Doado pelo autor)
Imagem ampliada
Adão Pinheiro, 1963
(Doado por Bernardo Dimenstain)

Fonte das imagens: Letícia Rameh Barbosa. Movimento de Cultura Popular em Pernambuco: evolução e impactos na sociedade. Tese de doutorado em educação, defendida na Universidade Federal da Paraíba em 2007, p.128.


Jornais

Plano Municipal de ensino foi
apresentado ontem ao prefeito

Diário de Pernambuco, 31.01.1960, p. 13

Prefeito inaugurará 11 escolas e
fará 10 discursos amanhã

Diário de Pernambuco, 26.04.1960, p. 3

Sociedade civil e o Movimento de
Cultura Popular: escolas

Diário de Pernambuco, 26.04.1960, p. 5
Prefeitura inaugurou as
dez primeiras escolas...

Diário de Pernambuco, 03.05.1960, p. 10
MCP com ajuda da
Prefeitura: 20 escolas...

Diário de Pernambuco, 27.05.1960, p. 8
Prefeitura inaugurará mais vinte
escolas no mês corrente

Diário de Pernambuco, 01.06.1960, p. 3
Inauguradas 4 bandinhas do
Mov. de Cultura Popular

Diário de Pernambuco, 18.10.1960, p. 5
Cartilhas e cadernos para os alunos
do Movimento de Cultura

Diário de Pernambuco, 25.10.1960, p. 9
Caderno C - Jornal do Commercio, 10.05.1997
Caderno C - Jornal do Comércio
10/05/1997


Livros

Movimento de Cultura Popular:
impactos na sociedade pernambucana
Letícia Rameh Barbosa

Movimento de Cultura Popular
Memorial

MCP - História do Movimento de
Cultura Popular 
Germano Coelho 
Capa l Resenha

Capa l Ficha de leitura

Capa l Resenha


Teatro

A Incelença
(36 mb)