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Origem Candanga

         

       Conhecer a história do Recanto das Emas sem olhar para sua origem é como ler um livro pela metade. Na tentativa de resgatar  a história da cidade entrevistei antigos moradores.*

  • Primeira entrevista:         

        " Tenho orgulho de ser pioneiro dessa cidade, cheguei no dia 17 de julho de 93, não tinha nada aqui, só piquetes marcando os lotes e muito mato, veio alguns postes de energia, mas não tinha luz e nem água. O abastecimento era feito através do chafariz que ficava no conjunto 2 e 3 da quadra 110. Então os vizinhos se uniram, e puxamos a água do conjunto 2 para o conjunto 4, usamos umas mangueiras grossas, foi muita luta! Fizemos um abaixo assinado para ter luz na quadra. Conseguimos, a energia chegou em algumas casas, ainda me lembro das noite que os vizinhos se reuniam ao redor de uma fogueira que ajudava a iluminar a quadra. No começo não  tinha ônibus, depois chegou a Riacho Grande (empresa de ônibus), não tinha pista e o ônibus passava pelos matos. Eu trabalhava na Samambaia, ia e vinha à pé. Hoje o meu lote já é quitado, me lembro que não tinha violência, quando a cidade cresceu a violência chegou. O setor onde eu moro deveria ser o centro da cidade, mas o centro é lá na 101, no começo do Recanto, mas é aqui entre a 110 e as 300 que tem tudo, o quartel da polícia militar, a delegacia, o corpo de bombeiro... Não falta mais nada na minha cidade. Agradeço ao 'papai' Roriz por ter me dado o lote, pois  foi assim que pude dar um lar a minha família."   (Antônio)  

  • Segunda entrevista:          

       "Cheguei aqui em 94, aqui só tinha barracos de 'madeiriti', na minha quadra só residia quatro famílias. Foi difícil, pois não tinha água nas casas só chafariz, não ficava longe, mas tinha dificuldade para abastecer minha casa. Havia os postes de luz, mas não tinha luz, depois chegou em algumas casas. Matriculei meus filhos na escola da 306, mas as aulas era na cidade da Ceilândia, tinha o ônibus da administração que levava as crianças para a escola. A escola da 306, não tinha sido inaugurada e não tinha professores. Não tinha esgoto, era sistema de fossa, não tinha asfalto, nem mercado, nem posto de saúde, hospital até hoje não tem. Hoje a cidade está mudada, temos faculdades, postos de saúde, posto policial, muito comércio, temos muitas escolas de Ensino Fundamental. Apesar de muitas dificuldades, eu tinha muita esperança do Recanto das Emas se tornar o que é hoje, não me arrependo de morar aqui, gosto da minha cidade."  (Adelaide)

 * Entrevista realizada pela estudante de pedagogia - UNB - Iêda Monteiro, no dia 23 de junho de 2006.