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EJA NO PARÁ

           Os tempos idos do curso supletivo teve início no estado do Pará nos anos 70 com a Fundação MOBRAL. Isto é, em se falando de modo geral. Em Bragança encontramos registros de alunos adultos de alfabetização e séries iniciais, desde 1958. Estes registros se encontram-se nos arquivos da Rádio Educadora de Bragança que foi inaugurada em 1960, mas em 1958 já se processava experiências com os aparelhos na Escola Radiofônica, a exemplo das experiências Radiofônicas de Natal-RN, na época tratava-se do MEB – Movimento de Educação de Base.
A Universidade Federal do Pará passou a incluir nos currículos do curso de Pedagogia, a partir do ano de 2000, a disciplina EJA onde a Educação de Jovens e Adultos entrou como tópico temático, envolvendo para outras modalidades.
UFPA – Campus de Bragança: Em 1999 foi criado neste Campus o Grupo Universitário de Ensino-Aprendizagem – GUEAP, envolvendo o curso de Pedagogia de Letras. No ano seguinte o I Seminário de Educação de Jovens e Adultos reuniu os professores de Bragança e de outros municípios da região bragantina para as discussões relacionadas a EJA, trazendo palestrantes das três instâncias: Federal; Estadual e Municipal. O tema central foi a Interdisciplinaridade. Os debates contaram com uma excelente participação de professores de EJA, assim como a mesa redonda.
A partir daí os estudantes de Pedagogia e Letras passaram a produzir conhecimento em seus trabalhos de conclusão de curso versando sobre a EJA, onde ressaltamos alguns temas de relevância:
·         Educação de Jovens e Adultos e a Qualificação para o mercado de trabalho;
·         Evasão escolar na EJA, em turmas de 1ª e 2ª etapas na Escola Prof. Hildeberto Reis, em Aurora do Pará;
·         Educação de Jovens e Adultos na Escola Municipal Desembargador Augusto Olímpio em Nova Timboteua. Os fatores que dificultam o processo de Aprendizagem;
·         Evasão na EJA: Um estudo de caso na Escola Municipal de Ensino Infantil e Fundamental Manoel dos Reis. 
Depois das produções de alguns dos Trabalhos de Conclusão de Curso na Academia o grupo de Ensino-Aprendizagem, GUEAP, passa por uma reformulação e a sigla evolui para GUEAJA – Grupo Universitário de Educação e Alfabetização de Jovens e Adultos. Esta mudança se explica devido o PRONERA – Programa Nacional de Educação na reforma Agrária.
A participação do GUEAJA no PRONERA é o marco de um momento produtivo, mobilizando nove municípios, acionando nove bolsistas e oferecendo a oportunidade de Escolarização de Alfabetizadores de Assentamento do Nordeste Paraense.
Este grupo se preocupa com a Educação de Jovens e Adultos e no momento passa a legitimar a preocupação com a formação do educador de EJA, oferecendo a oportunidade aos professores do Nordeste paraense, de cursar uma especialização em EJA propiciando espaços de reflexão e desenvolvimento de ações afirmativas que contribua para a renovação e aplicação de conhecimentos dos profissionais de EJA e construção de práticas pedagógicas voltadas para a transformação e emancipação de todos os sujeitos que compõem a cartografia de EJA no Estado do Pará.
Pensar a oferta de um curso de Formação continuada em nível de especialização para o Estado do Pará se justifica na medida em que os dados do MEC/Inep/Deed. – Censo Escolar 2009 – SEDUC/SEAN/NUPPAE revelam que o Estado do Pará possui 2.840 escolas que ofertam a educação de jovens e adultos, com um total de 227.007 matrículas com um total de 15.060 professores, distribuídos em 64 da rede Federal, 5.718 da rede Estadual, 9.097 das redes Municipais de ensino e apenas 181 da rede Privada. Neste contexto é importante ressaltar que destes professores, 61% possuem nível superior (IBGE/2006) e necessitam de formação específica em nível de especialização nessa área.
Assim, o preparo de um docente voltado para a Educação de Jovens e Adultos – EJA deve incluir, além das exigências formativas para todo e qualquer professor, aquelas relativas à complexidade diferencial dessa modalidade de ensino. Com isso, os docentes deverão ser preparados para constituição de Projetos pedagógicos que considerem as características, as expectativas e a realidade da EJA. Trata-se de uma formação em vista de uma relação pedagógica com os sujeitos, trabalhadores ou não, marcados por experiências de vida que não devem ser ignoradas.