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Tese

Nosso interesse pelo tema exposto nesta pesquisa foi se configurando em torno de questões significativas da prática que desenvolvemos como docente nos processos de formação de educadores, especialmente aqueles e aquelas que trabalham com Educação de Jovens e Adultos (EJA). Objetivamos identificar as relações entre os processos de comunicação, construção do conhecimento e docência que fazem emergir dimensões do processo de formação de educadores. Desenvolvemos a temática na ótica dos pressupostos teóricos da Comunicação Dialógica (FREIRE, 1982) e da Pesquisa-ação (CARR & KEMMIS, 1988 e BRANDÃO, 1985). Escolhemos como campo empírico, a experiência educativa do projeto de EJA oferecido pelo SESC de Londrina-PR, nos anos de 2008 e 2009. Para tanto, utilizamos os procedimentos de levantamento de dados que contemplam a investigação na e da escola por meio de observação com anotações em diário de campo; aplicação de questionários e entrevistas com docentes e estudantes. De posse dos resultados, organizamos uma "Oficina de Formação Docente" usando a metodologia do metadiálogo. Partimos do pressuposto de que os processos de comunicação têm grande relevância na forma de conhecer de docentes e estudantes. A maioria dos cursos de formação de educadores pauta-se em uma formação voltada para a infância e a adolescência e por uma cultura que está longe de atender os interesses de adultos analfabetos e desescolarizados. Tanto na EJA quanto na educação de crianças se manifesta a diversidade de processos relacionais e identitários. Diversidade esta que é significante para a compreensão de como as pessoas aprendem, ensinam e se comunicam. No entanto, observamos que, na maioria dos processos educativos, a diversidade não é reconhecida nem trabalhada por muitas escolas nos processos pedagógicos ou nos de formação de educadores. No contexto da EJA, a necessidade de trabalhar as questões da diversidade é ainda mais contundente, visto que muitas pessoas, que procuram a escola
quando adultos, já experimentaram a vida escolar antes e não foram bem sucedidas. O retorno exige que a experiência de aprendizagem ora buscada garanta a permanência desses estudantes na escola, bem como a continuidade dos estudos. Entendemos que a Comunicação Dialógica possibilita a problematização do processo educativo e dos desafios vivenciados por educadores e educandos. Os resultados desta pesquisa consideram que o exercício de falar e pensar sobre o próprio fazer docente se constitui como processo de formação contínua de educadores que possibilita a reorganização de uma prática educativa comprometida com a superação de processos de subalternidade do saber e do poder nesta modalidade de ensino (EJA). Possibilita, principalmente, a criação de contextos educativos a partir da interação entre os diferentes sujeitos e seus respectivos contextos, no sentido de desenvolver integração criativa, participação cooperativa e aprendizagem significativa.
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