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Tese

Este estudo discute as matrizes históricas da noção de educação ao longo da vida, proposta como eixo orientador de um novo modelo de educação para o século XXI, defendido e disseminado no âmbito da UNESCO e União Européia. Por meio de análises documentais,  foi possível apreender os argumentos justificadores, os elementos que a conformam como estratégia política e como conteúdo de reforma educacional, identificando, sobretudo, a centralidade que a crítica aos sistemas educativos assume na configuração deste projeto de educação da UNESCO, aliado à construção de um sujeito pacífico e tolerante e para sempre obsoleto. Realizou-se uma aproximação entre as proposições políticas da UNESCO e União Européia no que concerne à referida perspectiva educacional, percebendo-a num movimento mais amplo de hegemonia do capital, depreendendo, ao final da análise, convergências quanto aos elementos que compõem esta denominada "concepção ampliada" de educação, assim como, as novas características dos sistemas educativos e, especialmente, o processo de atomização e fragmentação dos sujeitos reiterado nos apelos da política neoliberal. Deste modo, foi possível identificar no âmbito da UNESCO a proposição de formação de um sujeito empreendedor e na União Européia a de um sujeito com espírito empresarial. A principal tese sustentada neste trabalho é a de que a noção de educação ao longo da vida representa, sobretudo, um enunciado temporal que institui um modo de conceber a educação e os sujeitos na sua relação com o passado, presente e futuro, ancorados numa concepção de tempo e história que visa a construção de uma nova subjetividade, um sujeito em eterna obsolescência.
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