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PARTICIPAÇÃO DO FEJA NA AUDIÊNCIA PÚBLICA BASE COMUM CURRICULAR 11/08/2017

Compartilho o discurso de Daniel Berger, coordenador do Feja, na audiência pública que aconteceu na FIESC em 11/08/2017.

Bom dia a todas as pessoas aqui presentes!

 Atualmente, no Brasil 49,25% da população acima de 25 anos que não possuem o ensino fundamentaldos 13,8 milhões de pessoas não alfabetizadas e o  fórum Estadual de Eja SC assim como os demais fóruns estaduais e distrital do Brasil existem e lutam desde a década de 1990 pelo direito ao acesso a educação e processo de escolazição dessa população.
Especificamente em Santa Catarina temos 190.000 sujeitos acima de 15 anos sem o ensino fundamental e  202.000 pessoas não alfabetizadas.  Mas não são somente números mas,pessoas que estão alijadad dos direito políticos sociais. São os mais pobres deste país. É juntamente por isso que a EJA nasce na Educação Popular com a finalidade de promover a emancipação política da população pobre deste país.
Neste sentido os Fóruns de Eja não reconhecem a EJA nesta base na medida em que não dialoga com a identidade pedagógica prescrita na LDB e na Resolução que define as DIRETRIZES CURRICULARES PARA A EJA e indica que a especificidade da Eja está nos sujeitos ao qual ela se destina e nesse sentido, compreendemos que são para esses sujeitos que os professores devem olhar e não para uma lista de conteúdos previamente definidos. Jovens e adultos pobres não escolarizados não necessitam desenvolver habilidades sócio-emocionais, mas de gozar do direito à uma escola que reconheça os conhecimentos que eles trazem se trajetórias de vida. 
Discordamos de  que a base não irá definir currículo. Pelo contrário, seu caráter prescritivo a ser articulado com as políticas de avaliação, retirará dos professores e professoras seu principal meio de produção que é o conhecimento.
Discordamos que a base respeita a integralidade dos sujeitos na medida que não considera que todos podem aprender, mas cada um a seu tempo.  Da mesma forma, discordamos de que a base promova a igualdade. Pelo contrário, desconsidera as diferenças na medida em que padroniza o que deve ser ensinado para todos, independentemente de seus conhecimentos anteriores. 
Por fim consideramos que a base não respeita as contribuições advindas dos diversos cantos do Brasil e garantidos como direito no Plano Nacional de Educação. Entre eles o direito à educação de jovem e adultos, articulada a educação profissional.
A aprovação da base, ao implantar a meritocracia e o tecnicismo não ajudarão a enfrentar as demandas para a EJA no Brasil. Pelo contrário, ampliará a exclusão da Escola e a ampliação desta demenda. 
Com base no exposto, reivindicamos ao Conselho Nacional de Educação a abertura de uma ampla discussão sobre os desafios Curriculares para a EJA, elaborados por quem conhece a EJA que são os professores com vistas a valorização da identidade pedagógica própria da modalidade.