Skip to Content

Programa de letramento reduz analfabetismo no Amazonas - Reescrevendo o Futuro

          

O Amazonas obteve uma redução no índice de analfabetismo, nos últimos sete anos, de cerca de 15% para 5%. Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), divulgados em dezembro pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 95% dos jovens e adultos amazonenses são alfabetizados, superando a média nacional que é de 7%.

 

            “Ainda temos muito que trabalhar, pois traçamos metas para chegar a menos que 4%, a exemplo de sete estados, com destaque para o Amapá (1,5%)”, destaca a coordenadora do Programa de Letramento Reescrevendo o Futuro, Nazaré Correa. Implantado no Amazonas em 2003, o programa foi planejado para atender locais de difícil acesso, como áreas rurais e aldeias indígenas. É desenvolvido em parceria entre a Secretaria Estadual de Educação, Universidade do Estado do Amazonas), Ministério da Educação (Programa Brasil Alfabetizado) e prefeituras municipais.

             Com aulas diurnas aos sábados, em horário integral, o Programa de Letramento previu pagamento de bolsas aos alunos, duas refeições diárias, e dois alfabetizadores em cada sala de aula. O principal critério para a seleção de alfabetizadores é que sejam estudantes de pedagogia – da universidade federal, estadual ou da rede privada, além de professores da rede pública e educadores populares.

             “Diminuímos a evasão, hoje com média de 6% em 7 anos, quando a média por município varia de 20,30 e até 50%, ou seja, promovemos o ingresso e também a permanência dos educandos nos espaços educativos, salienta Nazaré. Em sua opinião, apesar dos bons resultados obtidos, o programa também enfrenta desafios. Entre eles, ela cita a alfabetização em língua materna, uma vez que o Amazonas registra aproximadamente 64 grupos étnicos, falantes de mais ou menos 30 línguas. “Já foram atendidos cerca de 18 mil indígenas de 36 diferentes etnias, em 23 municípios”, esclarece. Outro desafio é a continuidade dos estudos na mesma proporção dos ingressos na alfabetização.

              As longas distâncias fazem com que os instrutores se utilizem de aviões, na maioria das vezes, inclusive fretados onde não há linha convencional. Os barcos também são muito usados e, raríssimas vezes, os ônibus, pois apenas cinco municípios são ligados por rodovias no Amazonas. “Antes do deslocamento, faz-se necessário toda uma articulação com representantes locais, para confirmar a presença dos alfabetizadores do campo, da floresta ou mesmo das águas, na sede do município”, explica Nazaré. É a maneira de garantir uma presença de 80% a 97% dos professores.

(Fátima Schenini)

Fonte: Portal do professor / Jornal do professor: Ed 48