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CEJA: Alunos protestam contra o cancelamento de matrículas no PI

Por conta da ameaça de suspensão das matrículas nos oito Centros de Educação para Jovens e Adultos – CEJA por parte do governo do Estado, cerca de 200 alunos e professores realizaram protesto, na tarde desta quinta-feira (13), na Unidade Escolar Artur Furtado, no Centro Sul de Teresina. Segundo eles, a intenção da Secretaria Estadual de Educação (Seduc) é extinguir a modalidade e implantar o Ensino a Distância (EaD).

Estiveram presentes ainda representantes de entidades ligadas à educação, como o Fórum do EJA, Conlutas (Coordenação Nacional de Lutas) e Sindicato dos Professores Estaduais (Sinte-PI). Segundo os manifestantes, a Seduc foi convidada para participar de debate no CEJA, mas não enviou representantes.

Os alunos reivindicam que as matrículas para o EJA sejam mantidas por tempo indeterminado e a modalidade permaneça concomitantemente a EaD. Já a Seduc, que chegou a suspender as inscrições em dezembro, pretende redimensionar a modalidade com a utilização de novas tecnologias.

A Coordenadora do CEJA Angelina de Moura Leal, localizado no bairro Morada do Sol, zona Leste, estava presente no encontro. Segundo ela, jovens e adultos que fazem fundamental e médio nos CEJA têm perfil diferente dos alunos da Educação a Distância.

“É preciso ter computador, saber manusear a máquina. Muitos aqui precisariam pagar lan house, então o ensino deixaria de ser público. Muitos alunos são analfabetos ou deixaram de estudar há muito tempo”, explica a coordenadora, que adianta que em quase quatro anos o número de matrículas subiu 40%.

ALUNOS RECLAMAM E FICAM NO PREJUÍZO
A feirante Maria dos Prazeres da Rocha, 33 anos, que cursa o ensino médio no CEJA Artur Furtado, afirma que voltar a estudar mudou a sua vida. Casada há seis anos, mãe de um filho de 12, Maria dos Prazeres disse que a suspensão da modalidade pode acabar com seu sonho de tornar-se advogada.

“Eu acordo todo dia, vou para a Ceasa (atual Ceapi) e ainda tenho que cuidar de casa. Não tenho tempo para ir à escola todo dia. Essa é a oportunidade que tenho de terminar meus estudos e me formar em Direito. Quero um novo emprego e uma vida mais digna”, declara Maria dos Prazeres, emocionada.

Para a feirante, a culpa é do governo, que não estaria preocupado com os quase 8 mil alunos matriculados nos centros. “O governo é culpado. A gente elegeu ele (Wilson Martins) e tem que nos apoiar, dá continuidade às ações do governo anterior (de Wellington Dias)”, critica.

COMO FUNCIONA O EJA
A Educação para Jovens e Adultos tem uma metodologia flexível que permite a matriculas de alunos, com idade a partir de 15 anos, nos oito Centros de Ensino espalhados na capital. As matrículas permanecem abertas durante todo o ano e o próprio estudante escolhe os dias em que está disponível para ir à escola estudar e fazer provas.

Os contemplados passam por módulos durante o ensino fundamental e médio, com material de estudo e acompanhamento direto com professor.