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Sobre o livro da professora Heloísa Ramos distribuído pelo MEC

Ederson Granetto entrevista José Luiz Fiorin, Doutor em Linguística pela USP e um dos maiores especialistas brasileiros em Pragmática, Semiótica e Análise do Discurso sobre a polêmica. Desde a semana…

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A cada ano, nos meses de outubro, assistimos a campanhas midiáticas sobre o dia dos professores. Sobre como a profissão deve ser dignificada, valorizada, e que educação ainda não é prioridade. Isso, a princípio, demonstra um reconhecimento, por parte da sociedade, acerca da importância do profissional de educação. Entretanto, nessas últimas semanas, a sua capacidade discricionária vem sendo posta em xeque.

O livro “Por uma vida melhor”, pautado pela imprensa nessas últimas semanas, foi escrito por professores com experiência em educação de jovens e adultos; sua seleção para o PNLD/ EJA (Programa Nacional do Livro Didático/ Educação de Jovens e Adultos) foi feita por professores de universidades públicas; sua escolha, para ser utilizado em escolas públicas, feita por professores. E a isso, em momento algum, foi atribuída a relevância devida nas notícias veiculadas.

  O estudante de Eja enfrenta diversos obstáculos para continuar seus estudos. Os principais são a baixa auto-estima causada pela defasagem idade/ série e a necessidade de dividir seu tempo e sua dedicação com trabalho, escola e família. A escola tem por obrigação ajudá-lo nesse processo. Reconhecer suas vivências, sua cultura, seu conhecimento, sua linguagem é o primeiro passo.

 Acaso o exemplo do livro, relativo à variante popular da norma culta, fosse “tava” (estava) ou expressões de cacofonias comumente usadas “lá tinha” ou “por cada”, a polêmica seria tão grande assim?

 O controle público deve ser exercido pela comunidade escolar e pela sociedade em geral. É direito do cidadão. Mas é preciso garantir que os argumentos sejam expostos, lidos, interpretados sem conceitos preestabelecidos e que não haja manipulação por interesses políticos ou econômicos o que, sabe-se, é difícil de acontecer em um programa do porte do PNLD e que envolve o mercado editorial. Sobretudo é preciso reconhecer e respeitar o protagonismo do professor no processo de ensino-aprendizagem. É ele o profissional preparado para essa mediação e esse debate.

 Brasília, 27 de maio de 201

 
CLEUZA RODRIGUES REPULHO

Dirigente Municipal de Educação de São Bernardo do Campo/ SP

Presidenta da Undime