Este artigo visa contribuir com o debate a respeito dos modos como jovens e adultos estudantes da educação básica se apropriam das práticas de letramento que se constituem na abordagem escolar da leitura e da escrita. Focalizando um episódio extraído do material empírico produzido no acompanhamento de uma turma de educação de jovens e adultos em curso no ensino fundamental de uma escola pública de um grande centro urbano, analisamos os posicionamentos assumidos discursivamente pelos alunos, nas atividades de leitura e de escrita das quais participavam na sala de aula. Essa análise indica que os estudantes, como sujeitos de cultura e de conhecimento, mobilizam seus saberes relacionados aos usos da língua escrita para significar as práticas letradas escolares. A compreensão desses saberes nos auxilia a perceber a dimensão sociocultural das situações de ensino da leitura e da escrita e a necessidade de elas serem construídas baseadas no diálogo com os processos de aprender dos educandos.