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Os Sujeitos Aprendizes da EJA

Os sujeitos da Educação de Jovens e Adultos

         Os sujeitos da Educação de Jovens e Adultos representam os grandes desafios que podem constituir um país enquanto nação. Enfrentar as vulnerabilidades sociais, as mazelas da exclusão e os capítulos históricos que nos perseguem a consciência – dizimação dos índios, escravização dos negros, delegação autoritária de poderes, a confusão entre o que é público e o que é privado, as ditaduras militares, entre outros – exige a compreensão do que realmente significou a crescente conscientização e mobilização que em torno do direito a educação. Programas pedagógicos atuais traduzem políticas públicas para conhecermos questões de base que podem fornecer-nos o suporte teórico – metodológico na atuação efetiva do Projeto de Intervenção Local - quem são estes jovens e adultos? Como se expressam estas mulheres e homens? Onde se encontram? O que fazem? Como produzem a própria existência? Quais são suas expectativas? Que projetos de vida manifestam? Como aprendem? Eles participam da elaboração de políticas públicas?

         As concepções que fundamentam o EJA apontam para a perspectiva da educação enquanto política, a reafirmação universal dos Direitos Humanos (1948), a Constituição Federal (1988), o acesso, elaboração e reconstrução dos saberes, a formação humanística e a potencialização da diversidade como fenômeno da igualdade. A perspectiva política da educação demonstra-nos a sua publicidade, gratuidade e universalidade. Nesta perspectiva, afloram-se metodologias de aprendizagem continuada. Explicitam-se partilhas e trocas colaborativas entre conhecimentos - saberes acumulados ao longo da vida e intermediados pelos saberes escolares.

         Produz - se uma protagonização de autonomia no processo de aprender - vivências de percursos formativos de aprendizagem por parte dos educandos do EJA. E a condição de aprendiz possibilita instrumentalização de estruturas construtivas de uma identidade de ser social dotado de valorações em diversidade. A reafirmação das concepções que universalizam os Direitos Humanos (1948) aborda os fundamentos da pessoa enquanto cidadão. Os fins do século XX decidem rumos: as filosofias educacionais devem partir das políticas assumidas pelos referidos princípios da Declaração.

José Nildo de Souza

Educador e ressocializador de jovens e adultos condenados à pena de prisão.