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Os Sujeitos de EJA que querem aprender ao longo da vida

Os sujeitos de EJA caracterizam-se aqui como sujeitos de direitos. Eis uma concepção que nega toda a forma de pensamento de superioridade. Ninguém vale mais que ninguém. E esta forma de conceber políticas educacionais revelam maneiras sui generis de implementar a transformação social. E o centro da execução, formulação e proposição das políticas educativas são os sujeitos da educação de Jovens e Adultos. Com os seus desejos, necessidades, expectativas, culturas, saberes e práticas. Estes entes coletivos edificam processos de humanização social. A formulação e compreensão de modos diagnósticos apontam para perspectivas educacionais ao longo da vida. Planejar, executar e especializar-se em propostas educacionais centradas em questões de gênero, classe e etnia pondera-nos reflexões sobre os sujeitos do EJA.

         A diversidade emerge enquanto aspecto diferenciador para quem busca reconstituir a própria vida – mulheres, homens, crianças e adolescentes. E neste processo de autorestauração encontramos os jovens. Eis a vitimação vergonhosa que sofrem descasos por parte significativa de nossa sociedade. O jovem não é levado a sério, não sabe pensar, não tem idéias próprias. Porém, todos têm inveja dos jovens.

         E mais, todos querem permanecer jovens. Categorizar idéias, pensamentos e ações significam modos particulares de ver e pensar o mundo da cultura, do trabalho, da Natureza e do meio social. E aqui instala a essencialidade das manifestações dos jovens. E isto é conteúdo de EJA. A “expressão das juventudes”, das culturalidades, dos sonhos e desejos de vida esclarece-nos a luta cotidiana no mundo do trabalho e os processos de sobrevivência e resistência às vulnerabilidades sociais e violências.

         Na verdade, todos os nossos jovens encontram-se vitimados por elevados índices de homicídios, drogadição, precarização de vidas e gerações escoadas nos porões do cárcere e tráfico. Estas situações vêm conduzindo os jovens para fora da escola e excluindo-os nos estudos. Assim, existe uma necessidade de focar as políticas de formação em EJA para este público. Os adultos, e idosos representam números significativos para a população brasileira.

José Nildo de Souza é educador e ressocializador de jovens e adultos condenados à pena de prisão.