Centro Memória Viva da Faculdade UnB Planaltina (CMV-FUP): preservar o passado, formar o presente e transformar o futuro

Este texto apresenta o projeto do Centro Memória Viva da Faculdade UnB Planaltina (CMV-FUP), destacando sua proposta de preservar e valorizar a memória da educação popular e das lutas sociais no Distrito Federal. A partir de uma metodologia participativa e inspirada na pedagogia de Paulo Freire, o texto explora as ações já desenvolvidas, como a catalogação de mais de 1.500 documentos, os impactos formativos junto aos estudantes e os desafios enfrentados. A iniciativa é apresentada como uma articulação entre ensino, pesquisa e extensão, com forte potencial transformador, reafirmando a memória como prática política e a educação como um direito humano fundamental.


O Centro Memória Viva da Faculdade UnB Planaltina (CMV-FUP) é uma potente iniciativa da Universidade de Brasília que articula ensino, pesquisa e extensão com o compromisso de valorizar as trajetórias de luta por uma educação pública, popular e transformadora. Integrando o Centro de Memória e Documentação em Educação Popular, EJA e Movimentos Sociais do DF (CMV-DF) e o Portal dos Fóruns de EJA do Brasil, o projeto inspira-se na pedagogia freireana para dar centralidade às narrativas de quem constrói a educação com as próprias mãos.

Desde sua criação, o CMV-FUP se propõe a constituir um acervo físico e digital da educação popular no Distrito Federal, reestruturar o Portal dos Fóruns EJA, promover formação permanente em rede e consolidar um centro físico de memória. Entre as ações já desenvolvidas, destacam-se a abertura simbólica das caixas (em abril de 2023), a higienização e classificação documental, e a digitalização do acervo com apoio do software Tainacan.

A metodologia adotada, chamada Memória Viva, aposta na valorização da história vivida, em uma perspectiva coletiva, participativa e emancipadora. Mais do que preservar documentos, o CMV-FUP se compromete com a formação crítica de estudantes e com o fortalecimento da identidade dos sujeitos envolvidos na luta por uma educação libertadora.

O impacto formativo do projeto é visível na participação ativa de estudantes de áreas como Biblioteconomia, Educação do Campo e Ciências da Natureza. Ao lidar com mais de 1.500 documentos, entre folhetos, cartazes, manifestos, registros fotográficos, fitas VHS, DVDs e materiais pedagógicos, os envolvidos aprendem a reconhecer a memória como um direito e uma ferramenta política.

A organização cuidadosa desse acervo tem revelado conexões históricas profundas entre diferentes tempos e atores da educação popular no DF. Cada documento catalogado é, ao mesmo tempo, testemunho de lutas sociais e instrumento pedagógico para a formação de sujeitos críticos e comprometidos com a justiça social.

Como destaca a equipe do projeto, o CMV-FUP não se limita a registrar o passado: ele projeta o futuro. Ao reafirmar a memória como prática política e a educação como direito humano, o centro contribui para manter vivas as vozes e experiências que construíram – e ainda constroem – caminhos de emancipação por meio do saber.

Os documentos organizados não são apenas registros informacionais, mas testemunhos de lutas sociais e políticas que moldaram a educação popular no Distrito Federal.

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