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CEDI - Centro Ecumênico de Documentação e Informação

O CEDI nasceu da experiência do CEI – Centro Evangélico de Informação, criado em 1964/1965 por militantes ligados à Confederação Evangélica do Brasil, afastados de suas igrejas após o golpe civil-militar de 1964. Em 1968, com a incorporação de militantes católicos, o CEI passou a denominar-se Centro Ecumênico de Informação e, em 1974, institucionalizou-se como CEDI – Centro Ecumênico de Documentação e Informação. A sede inicial foi no Rio de Janeiro, mas a ampliação de suas atividades deu origem a uma subsede em São Paulo.
Nos primeiros anos, o CEI publicava um Boletim Informativo, no início mimeografado e depois impresso, divulgando notícias com uma postura crítica em relação à conjuntura política brasileira e à responsabilidade social das igrejas, relevando um ecumenismo comprometido com a justiça social. Ainda como CEI, destaca-se a publicação de dois suplementos sobre educação popular, em 1977 e 1978, com textos teóricos de fundamental importância, produzidos pela equipe do Nova – Pesquisa e Avaliação em Educação.
Esta iniciativa continuou com a publicação dos Cadernos CEDI e da Revista Tempo e Presença, destinada aos agentes pastorais e da educação popular, durante muitos anos o melhor periódico ecumênico da América Latina. Estão reproduzidos, nesse documentário, alguns exemplares destes dois veículos, nos quais são abordados temas relativos à educação e à educação popular. Reproduzimos também, a título de exemplo, o volume do Aconteceu Especial 19 – Educação no Brasil 1987-1988, outra publicação do CEDI. Sistematicamente, eram retiradas notícias de jornais de todo o país, destacando as temáticas mais importantes e apresentando análises sobre elas, redigidas por especialistas. No período dos governos autoritários, a disseminação de informações e o debate sobre alguns temas eram fundamentais e, neste ponto, o CEDI cumpriu papel relevante.
Tanto o CEI quanto o CEDI mantiveram forte articulação com outros organismos brasileiros, latino-americanos e mundiais, entre eles: ISER – Instituto Superior de Estudos da Religião, no Rio de Janeiro; CESE – Coordenadoria de Ecumênica de Serviço, em Salvador, CEB – Centro de Estudos Bíblicos, no Rio Grande do Sul; CESEEP – Centro Ecumênico de Serviços à Evangelização e Educação Popular em São Paulo; e sobretudo com o ISAL – Igreja e Sociedade na América Latina, movimento financiado pelo Conselho Mundial de Igrejas. Essa dimensão latino-americana foi responsável, nos anos de 1970 e 1980, pela divulgação em vários países, principalmente no Cone-Sul, dos princípios da educação popular e da pedagogia de Paulo Freire.
Em 1994, o CEDI desdobrou-se em quatro outras instituições, dando autonomia aos seus departamentos fundamentais: Ação Educativa, ISA – Instituto Sócio- Ambiental, NETS - Núcleo de Estudos e Trabalho e Sociedade, sediados em São Paulo, e Koinomia, no Rio de Rio de Janeiro. Dos quatro, apenas o NETS teve vida breve; os demais continuam ativos até os dias atuais.
Fontes: Entrevista “Histórias de vidas entrelaçadas – trajetória Jether, presença de Lucília”, em José Ricardo Ramalho (Org.). Uma presença no tempo; a vida de Jether Ramalho. São Leopoldo, Oikos Ed., 2010, principalmente pág. 38-49.
Depoimento de Carlos Rodrigues Brandão, “ Entre o Cerrado e os Andes”. In: José Ricardo Ramalho (Org), Op. cit., pág. 97-107.

Depoimento de Beatriz Costa “Jether Ramalho: companheiro de muitas andanças até hoje”. In: José Ricardo Ramalho (Org.), Op. cit., pág. 109-113.
Marco Antônio Perruso. Em busca do “novo”; intelectuais brasileiros e movimentos populares nos anos 1970/1980. Tese (Doutorado em Antropologia e Sociologia) – Instituto de Filosofia e Ciências Sociais, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2008, em particular pág. 219-249.